Heitor Villa-Lobos
por Arthur Moreira Lima
Cirandas (Coleção de doze peças sobre temas populares brasileiros) - CD

01. Terezinha de Jesus (2:30)
02. A Condessa (3:10)
03. Senhora Dona Sancha (1:50)
04. O Cravo Brigou com a Rosa (1:50)
05. Pobre Cega (Toada da Rede) 1:25
06. Passa, Passa, Gavião (1:20)
07. Xô, Xô, Passarinho (4:23)
08. Vamos Atrás da Serra, Calunga (3:24)
09. Fui no Itororó (2:40)
10. O Pintor de Cannahy (2:28)
11. Nesta Rua, Nesta Rua (3:40)
12. Olha o Passarinho, Dominé (2:30)
13. À Procura de uma Agulha (3:30)
14. A Canoa Virou (2:30)
15. Que Lindos Olhos (4:30)
16. Có, Có, Có (2:00)

CBS Records Masterworks
Capa: Quadro de Cândido Torquato Portinari
Igreja de Santo Antonio da Barra - 1951
Foto: Mircea Dordea
Direção de Arte: Carlos Nunes e Julio Lapenne
Agradecimento Especial ao
Museu Nacional de Belas Artes

Ficha Técnica

Idealização e Direção Artística:
Arthur Moreira Lima
Produção Musical: João Pedro Borges
Engenheiro de Gravação:
Carlos Eduardo de Andrade (Carlão)
Técnicos de Gravação:
Denilson Campos e Luiz Felipe (Mequinho)
Produção Executiva: Sergio Lima Neto
Gravado em digital, entre janeiro e março de 1988
Master Studios, Rio de Janeiro
Piano: Steinway & Sons
Corte: Milton (Gravações Elétricas)


Villa-Lobos, Uma Antologia

Na extensa obra de Heitor Villa-Lobos, nosso principal compositor e considerado o maior das Américas, o piano tem papel relevante Poder-se-ia mesmo dizer que se Villa-Lobos tivesse composto somente para piano, ainda assim teria uma importância capital no cenário e na história musical do Brasil e do mundo. Impregnadas de sentimento brasileiro, as peças não fogem à linha geral de sua obra, filosoficamente assentada no nacionalismo, baseada em ritmos e melodias do nosso riquíssimo folclore e realizada tecnicamente sob a influência de compositores europeus como Stravinsky, Bartók e Debussy, influência essa que apenas orientou seu talento genial, sem impedir que em momento algum deixassem de vir à tona seu autodidatismo e sua marcante personalidade.
Sendo o piano o mais completo dos instrumentos, não é de se estranhar que Villa-Lobos o tenha utilizado de múltiplas maneiras, recorrendo a seus imensos recursos, em diferentes gêneros. Assim. os diversos aspectos de sua realização musical aparecem muito claramente em suas composições pianísticas, emprestando-lhes um cunho autêntico e variado: Choros, Bachianas, Cirandas, Danças, Valsas, Ciclos, Suítes e o famoso Rudepoema, dedicado ao pianista Arthur Rubinstein, seu grande amigo e propagandista.
Sempre foi meu desejo produzir uma antologia dessa obra, que fugisse, como o próprio compositor, ao convencional, não pela simples escolha das peças, mas sim na maneira de gravar o som do piano. Fiel a suas raízes populares, o piano do Villa é brilhante, marcando os ritmos por vezes como se fosse um instrumento de percussão, indo do mais terno ao mais agressivo, sem nunca perder uma grande presença de som, que lhe é característica. Em conseqüência, a colocação dos microfones, conceitualmente contrariando as normas vigentes, foi feita de tal maneira, que a estereofonia reproduz a sensação de quem está tocando, e não de quem está ouvindo.
Acho que também me trouxe uma inspiração extra o fato de ter gravado no bairro das Laranjeiras, entre a rua Ipiranga, onde nasceu Villa-Lobos, e o campo do Fluminense, onde nasceu o futebol (então “foot-ball”) do Rio de Janeiro.

Arthur Moreira Lima



No momento em que, dentro de um mundo globalizado, tentamos fortalecer nossa identidade, imprescindível para...

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Nesta sessão você pode ouvir trechos de músicas e de entrevistas onde o pianista fala um pouco sobre a sua vida e seus projetos.